- Back to Home »
- Saúde »
- Síndrome do Pânico: Um mal que não desejo nem ao meu pior inimigo
Posted by : Anônimo
julho 21, 2013
Primeiramente, gostaria de dizer que é muito difícil escrever sobre esse assunto, e mesmo tendo vivido essa doença na pele por anos, há muitas coisas sobre ela que ainda desconheço. Então, vou dizer O POUCO QUE SEI SOBRE MINHAS EXPERIÊNCIAS E SOBRE O QUE OUVI DE PSICÓLOGOS. Por que é difícil? Tudo que é relacionado à nossa mente é complexo, porque cada mente funciona de uma maneira. Para uma pessoa que tem síndrome do pânico, não é nem muito bom ficar falando sobre ela, porque as memórias têm uma carga muito grande e lembra-las é como vivenciar tudo de novo. Porém, vou tentar dar o meu melhor.
Já cansei de escutar que isso é: “frescura”, “falta do que fazer” e “drama”. Pois bem, vamos começar pela questão que mais me tira o sono: “Como lutar contra algo que não se consegue ver, que está apenas dentro de si e que só você consegue resolver?”. Olhando por esse lado, parece muito fácil: “Se só você pode resolver, resolva!”. Errado. Não é assim. Nem de perto.
Vou tentar explicar mais ou menos como funciona. Nossa memória são como janelas, cada janela possui um grupo de arquivos que contém milhares de informações agregadas. Temos milhões de janelas no córtex cerebral. Não acessamos arquivos inteiros, como nos computadores, mas as janelas. Algumas são belíssimas, saudáveis, cheias de memórias divertidas e reconfortantes. Outras estão cheias de tristeza, medo, frustração. E elas podem ser acionadas e acessadas a qualquer momento, diante de qualquer estímulo. Vamos supor que você tenha medo de multidão, ao se encontrar rodeado de pessoas, a janela se abrirá com um volume de tensão intensa, bloqueando a abertura de demais janelas da memória, travando o raciocínio.
Sua mente registra tudo o que você vê, ouve e sente, e isso fica guardado para sempre no seu subconsciente, e mesmo que você não se dê conta, está ali, como um monstro prestes a acordar e te ferir. É possível apagar a memória? Não. É possível apenas editá-la, plantando alegria na tristeza, conforto perante a algum medo e assim por diante.
Como eu descobri que tenho síndrome do pânico? Pra ser sincera, não me lembro de todos os detalhes. Só sei que comecei a sentir tonteiras estranhas e meu coração ficava apertado. A primeira coisa que pensei era que tinha pressão baixa e então, enchia a mão de sal e botava de baixo da língua. Como isso era errado, porque uma pessoa que tem síndrome do pânico fica sim, com todos esses sintomas, mas por que ao ficar com medo, você respira errado, falta oxigenação no cérebro e você começa realmente a ter essas “vertigens”. Quem causou isso? Um pensamento ruim, mas meu corpo sentiu e se comportou como se fosse uma ameaça verdadeira e por mais que você pense “não tem nada ali para se ter medo”, não há como convencer o seu corpo que aquelas reações, estão ali, porque VOCÊ as plantou ali.
É bem aquele pensamento: Se tiver pensamentos bons, terá bons frutos. Se você se cercar de pensamentos ruins, sua mente ficará doente. Sim, isso é verdade. Mas existe uma causa para isso e como eu tenho a minha, outras pessoas tem as suas e só indo ao psicólogo para resolver do modo mais apropriado. Remédios ajudam a minimizar os sintomas, mas a cura tem que partir de você, porque você tem que se convencer de que ali não há nada há se temer. Como fazer isso? Bom, estou procurando esta mesma resposta há anos e sempre que acho que estou bem, me acontece algo e tudo volta como uma avalanche, me jogando para baixo novamente.
Descobri que preciso aprender a conviver com isso e não achar que ficarei curada do dia para a noite. Sempre que saio na rua, minhas mãos suam e de início, sinto aquele baque, do tipo “não vou conseguir atravessar a rua sem sentir alguma coisa desagradável”, mas com o tempo você começa a ter pequenas vitórias. Se antes não conseguia ir a esquina, vá até a esquina vinte vezes até se convencer de que nada vai lhe acontecer. Se tem medo de subir uma passarela, suba a passarela vinte vezes até que se torne uma coisa banal. Para quem tem esse problema, é como reaprender a viver.
Lembro que em um momento trágico da minha doença, eu não conseguia sair na rua, mal conseguia sair no portão sem achar que todos aqueles sintomas iriam novamente me consumir, lembro também que estava tendo uma festa perto da minha casa, vi as pessoas se encaminharem para lá e com lágrimas nos olhos, pensei: “Nunca mais poderei ser uma pessoa normal”. Para depois, ouvir alguém dizer que isso era frescura da minha parte.
A boa notícia é: Com o tempo, as coisas melhoram, você aprende a conviver, entender e aceitar o que está passando. Se for pensar bem, todos nós temos nossos monstros pessoais, precisamos enfrentar algo que não pedimos e não gostaríamos de estar passando. É a consequência da vida. E o importante, é não se abater.
Um livro que muito me ajudou e que acredito ser uma boa leitura para quem quer entender melhor como a nossa mente funciona: SEJA LÍDER DE SI MESMO, de Augusto Cury.
Espero que muitos possam se ajudar! :)
Show...gostei demais! Bem instrutivo e revelador.
ResponderExcluirObrigada. Foi difícil escrever.
ExcluirEu achei otimo! me identifiquei com alguns pontos! Mas é o que vc disse, n podemos deixar os monstros pessoais nos vencerem! Podes crer que vc é uma vencedora em superar isso!
Excluirfoda, ainda bem que vc ta superando isso a cada dia, vc é uma vencedora ^^
ResponderExcluir